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Setembro Amarelo: conheça os mitos e verdades sobre o suicídio e fatores de proteção para crianças e adolescentes

10/09/2020 - 13h39

Todos os anos são registrados cerca de 12 mil suicídios no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. É uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 96,8% dos casos estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números, todos os anos ocorre a campanha Setembro Amarelo - criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e adotada no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em 2015. Oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é dia 10 de setembro, mas as ações ocorrem durante todo o ano.

Como forma de contribuir com a campanha de conscientização sobre este importante tema, a equipe do Sesi Escola Mato Grosso e as profissionais do setor de Psicologia Escolar das unidades prepararam um material exclusivo para pais e responsáveis.

“Por meio de cartilhas semanais, as famílias irão receber dicas e informações importantes sobre o tema. O objetivo é realizar um mês de prevenção e conscientização sobre suicídio, automutilação e depressão e proteger as crianças e adolescentes”, destaca a psicóloga Nádia Pecora, ressaltando que por meio da informação adequada, são reforçados os fatores de proteção que constituem uma barreira a mais na luta contra o suicídio.

De acordo com ela, o tema suicídio é visto como tabu em muitas famílias, mas a melhor forma de prevenção ainda é falar sobre o tema, por esse motivo a campanha se torna o importante marco na promoção de saúde mental em todo país. “A cor amarela foi escolhida por remeter à luz do sol que é sinônimo de vida e afeto”, lembra.

Mitos e verdades

A equipe de psicólogas da instituição alerta que, por ser um assunto que ainda é considerado um tabu, a maioria das pessoas quase não recebem informações sobre o suicídio e, por isso, acabam espalhando mentiras e não conseguem ajudar quem precisa.

“É preciso desmistificar mitos e verdades que envolvem o tema. O assunto não é brincadeira e muita gente que precisa de ajuda está perdendo sua vida por causa da falta de informação. É necessário conscientizar a todos sobre o suicídio”, aponta a psicóloga Luana Peralta.

  • Conversar sobre o suicídio é uma má ideia que pode encorajar as pessoas a cometer o ato. MITO! Na verdade, falar sobre o tema diminui o risco da ação, visto que a conversa alivia a tensão e angustia da dor.
  • Os adolescentes que ameaçam se matar não farão isso de fato, pois só estão interessados em chamar atenção. MITO! A maioria dos adolescentes suicidas fala ou da sinais sobre suas idéias de morte.
  • Um adolescente que tenta se matar uma vez, dificilmente tentará novamente. MITO! A tentativa de suicídio deve ser considera como o principal fator de risco nas ações de prevenção. Segundo estatísticas para cada um suicídio consumado ocorreram cerca de dez tentativas anteriores.
  • O suicídio é um ato de fraqueza ou falta de deus. MITO! Suicídio é um ato de desespero, de sofrimento existencial profundo e nada tem a ver com fraqueza ou falta de religião. Uma pessoa que pensa em suicídio precisa de ajuda e não de julgamento.
  • Toda pessoa que pensa em suicídio está com depressão. MITO! Não necessariamente, embora a depressão costuma estar presente em muitos casos, não é o único fator de risco.

Fatores de Proteção

Dados do Ministério da Saúde indicam aumento nas taxas de suicídio em adolescentes de 12 a 18 anos no Brasil. O Sesi Escola traz outras dicas importantes aos pais e responsáveis pensando na preservação da vida e saúde mental de crianças e adolescentes.

  • Conheça os amigos dos seus filhos e converse com eles.
  • Participe das redes sociais acompanhando status e postagem.
  • É importante garantir que você tenha conhecimento de todas as redes sociais que seu filho tem acesso.
  • Tenha tempo para seus filhos, divida seu tempo de maneira para que eles possuam espaço na agenda principalmente para realização de atividades de lazer em conjunto.
  • Procure estabelecer uma relação de confiança.
  • Converse com seus filhos de maneira espontânea e descontraída, evite fazer interrogatórios.
  • Observe se seu filho está triste, converse com ele sobre o motivo.
  • Ajude-os a compreender que eles também pode errar, assim como você.
  • Não tenha receio de procurar ajuda profissional, principalmente nos casos de automutilação e depressão.
  • Incentive-os à acreditar em seu potencial, elogie-os sempre que possível.

Para a psicóloga Solange Jesuíta ter pessoas de referência e sentimentos de esperança e amor podem prevenir o suicídio. A ajuda profissional também é sempre bem-vinda, conversar e acolher é uma ótima opção de prevenção.

“Sempre existe um jeito de ajudar alguém próximo à você a passar por momentos difíceis, nunca esqueça: quem comete suicídio não quer acabar com a vida e, sim, com a dor que está sentindo. Toda e qualquer estratégia para aliviar essa dor é válida”, finaliza.

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