Saúde e Segurança do Trabalho e tributos: gestão inteligente reduz custos e aumenta a competitividade

foiconduzida pelos especialistas Rafael Calixto e Edivaldo
Gregório. Foto: Rayane Gazola
A edição de Sinop do SSTrends 2025 colocou em evidência uma pauta cada vez mais estratégica para a indústria brasileira: a gestão tributária da Saúde e Segurança do Trabalho (SST) e sua influência direta sobre os custos das empresas. O evento, realizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi MT) reuniu especialistas renomados e apresentou dados práticos e impactantes sobre como a má gestão pode gerar prejuízos milionários — e como a boa gestão pode representar economia real e competitividade no mercado.
Na oficina “Simplificando SST no eSocial e a Gestão do FAP”, conduzida pelo médico do trabalho Rafael Calixto e pelo engenheiro de segurança do trabalho Edivaldo Gregório, um dos exemplos mais contundentes foi o caso de uma empresa que sofreu um impacto tributário de R$ 4 milhões em razão de um único afastamento de 30 dias. A mensagem foi clara: o descuido com a gestão de SST pode custar caro — literalmente.
“A gente não está apenas falando de burocracia. Estamos falando de um mecanismo que pode ser um divisor de águas no planejamento financeiro das empresas”, afirmou Calixto.
SST é investimento, não despesa
A mensagem central da oficina foi desconstruir a visão de que SST é apenas uma obrigação normativa. Pelo contrário, quando bem gerida, a saúde e segurança no trabalho reduz tributos, aumenta a produtividade, melhora o clima organizacional e ainda protege a imagem da empresa.
O Fator Acidentário de Prevenção (FAP), mecanismo utilizado pelo governo para ajustar a alíquota do RAT (Risco Ambiental do Trabalho) conforme o desempenho da empresa em SST, é um dos principais instrumentos dessa lógica. Empresas que investem em ambientes mais seguros, prevenção de acidentes e gestão eficiente de afastamentos tendem a pagar menos impostos. Já aquelas com registros elevados de acidentes e afastamentos podem ver seus tributos dispararem.
Integração é o caminho
Outro ponto abordado foi a necessidade de conectar a área de SST aos setores de RH, Departamento Pessoal e Contabilidade. Para os especialistas, é essencial que todos os setores compreendam a lógica do eSocial e a responsabilidade compartilhada na gestão correta das informações, evitando passivos tributários e judiciais.
“Se a empresa não tem clareza sobre seus riscos, se ela não mede o impacto financeiro dos afastamentos ou não faz a gestão preventiva, está jogando dinheiro fora”, explicou Gregório, que defende uma abordagem mais estratégica para o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e para a tributação em SST.

para Cuiabá, nos dias 29 e 30 de abril.Foto: Rayane Gazola
Dicas de ouro dos especialistas para a indústria:
1. SST não é custo, é investimento
Invista em gestão preventiva. SST bem feita reduz impostos e protege sua operação.
2. Amplie a visão de risco
Não foque apenas em riscos físicos, químicos e biológicos. Ergonomia, fatores psicosociais e riscos organizacionais também têm grande impacto — inclusive tributário.
3. Menos burocracia, mais gestão
Invista em tecnologia, automatize processos e integre áreas. A burocracia cega os riscos. A gestão revela as oportunidades.
Sobre os especialistas:Rafhael Calixto é médico do trabalho, com título pela ANAMT e ampla atuação na integração entre SST e gestão estratégica.Edivaldo Gregório é engenheiro de produção e segurança do trabalho, com 15 anos de experiência, e atua com foco na redução de custos e valorização profissional por meio do GRO e da SST orientada por resultados.
Próxima parada: Cuiabá — 29 e 30 de abril
Após o sucesso em Sinop, o SSTrends 2025 agora segue para Cuiabá, nos dias 29 e 30 de abril. A programação contará com debates aprofundados, cases reais e uma troca de experiências valiosa entre os principais nomes da SST no Brasil.
Se você atua na indústria, no RH, contabilidade ou gestão de pessoas, essa é sua chance de transformar conhecimento em competitividade e economia para sua empresa.
Texto: Viviane Saggin