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Muito além da postura: Débora Dengo aponta a ergonomia como chave para a saúde integral no trabalho

25/04/2025 - 08h06
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O SSTrends 2025 – Edição Cuiabá, nos dias 29 e 30 de abril,
será a próxima oportunidade para vivenciar essa abordagem.
Foto: Viviane Saggin

Na era da saúde integral e do trabalho humanizado, a ergonomia deixou de ser um tema restrito a cadeiras e posturas. Débora Dengo, especialista em ergonomia e saúde ocupacional, foi destaque na Oficina de Ergonomia e Riscos Psicossociais para Atendimento da NR-1, realizada no SSTrends 2025 – Edição Sinop, promovido pelo SESI MT. A atividade marcou um ponto alto do evento ao aprofundar o conceito de ergonomia integrada, aplicada com foco na prevenção de riscos psicossociais.

Ao longo do dia, os participantes percorreram desde os fundamentos técnicos e atualizações da norma, até a parte prática, incluindo o passo a passo da matriz de risco, aplicação de ferramentas de avaliação, elaboração do laudo ergonômico e estruturação de planos de ação para as empresas. “E se você não está aqui, você está perdendo. Então, eu te espero na próxima edição”, provocou Débora ao final da sessão, já com os olhos voltados para os encontros dos dias 29 e 30 de abril, em Cuiabá.

A ergonomia que poucos conhecem: cinco pilares para avaliar o trabalhador como um todo

Débora chamou atenção para um ponto essencial que ainda é negligenciado por muitas organizações: a ergonomia não se resume à parte física. “Quando avaliamos de verdade, precisamos olhar para cinco grandes grupos de riscos ergonômicos”, explicou a especialista. São eles:

1. Biomecânica: Foca na análise do esforço físico, movimentos repetitivos, levantamento de carga e demais atividades que exigem força ou resistência muscular. “Aqui é onde entra a análise postural, a adaptação dos equipamentos e o mobiliário usado pelo trabalhador”, destaca.

2. Física: Envolve as condições físicas do ambiente, como iluminação, temperatura, vibração, ruído e conforto térmico. São aspectos ambientais que, se desregulados, agravam o estresse físico e mental, mesmo que invisíveis à primeira vista.

3. Cognitiva: Trata da capacidade mental exigida para realizar tarefas: atenção, memória, tempo de resposta, tomada de decisão. “A sobrecarga cognitiva está diretamente ligada à exaustão, à insegurança operacional e ao aumento do risco de falhas humanas”, pontua Débora.

4. Organizacional: Aqui entram os aspectos estruturais e culturais da empresa: jornada de trabalho, grau de autonomia, suporte da liderança, reconhecimento, comunicação e clareza de funções. “É nesse pilar que se concentram muitos dos riscos psicossociais invisíveis, como ansiedade e burnout”, alerta.

5. Psicossocial: É o elo entre o emocional e o ambiente corporativo. A forma como o colaborador se sente acolhido, valorizado e pertencente impacta diretamente sua saúde mental. "Ambientes tóxicos geram adoecimento silencioso", diz Débora. O combate a esses riscos exige sensibilidade, escuta ativa e mudanças estruturais.

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Fisioterapeuta e ergonomista, Débora Dengo atua há oito
anos com ergonomia. Foto: Viviane Saggin

Estratégia de futuro

A mensagem final da especialista é clara: cuidar do trabalhador como um todo não é só um ato de responsabilidade social – é uma decisão estratégica. “Empresas que compreendem a ergonomia em seus cinco pilares não apenas evitam afastamentos e adoecimentos, mas aumentam engajamento, reduzem custos e fortalecem sua competitividade no mercado.”

O SSTrends 2025 – Edição Cuiabá, nos dias 29 e 30 de abril, será a próxima oportunidade para vivenciar essa abordagem de forma prática. Profissionais de SST, recursos humanos, lideranças e gestores industriais já podem garantir sua participação. Inscreva-se aqui

Texto: Viviane Saggin

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