Durante a solenidade de abertura da edição 2025 do SSTrends – “Gestão em Saúde e Segurança para o Futuro”, realizada na noite desta terça-feira (29/04), no centro de eventos da Fatec Senai, em Cuiabá (MT), especialistas, consultores e representantes de empresas reuniram-se para discutir um dos temas mais relevantes da atualidade: a integração entre Saúde e Segurança do Trabalho (SST) e as estratégias de ESG – sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança).

Um dos destaques da programação foi a palestra “SST e suas Relações com ESG”, ministrada pelo professor e consultor Mauro Barros, que apresentou um panorama das principais tendências nacionais na área de SST. Barros também explorou os macroprocessos da gestão empresarial e, sobretudo, demonstrou como esses elementos podem ser direcionados de forma estratégica para fortalecer práticas de ESG nas organizações, promovendo um ambiente corporativo mais sustentável e responsável.

Barros, que é professor associado da Universidade de Pernambuco (UPE) e consultor do Departamento Nacional do Sesi, destacou a importância de iniciar as estratégias ESG pelo pilar social, sendo este o mais próximo da realidade das indústrias brasileiras. “A forma mais fácil de iniciar a implantação de uma estratégia ESG é pelo pilar social. E talvez a mais aderente à realidade das nossas empresas seja pela implantação de programas de saúde para os trabalhadores”, ressaltou.

Ele reforçou que, ao investir em saúde e segurança, a empresa não só promove bem-estar, mas ganha visibilidade no mercado por demonstrar compromisso com boas práticas de governança, transparência e responsabilidade ambiental. Isso é, segundo ele, um diferencial competitivo especialmente para empresas que mantêm relações comerciais internacionais.

Questionado sobre os benefícios diretos para os trabalhadores, o especialista foi enfático: “Eles são os principais beneficiários. Quando falamos em programas de saúde e segurança, falamos de intervenções cujo foco central é o bem-estar do trabalhador”. No entanto, ele alertou que o sucesso dessas ações depende do engajamento dos próprios colaboradores, que ocorre naturalmente quando os programas são bem geridos e atendem às suas reais necessidades.

Dica para as indústrias de Mato Grosso

Ao encerrar sua apresentação, o professor e consultor deixou um recado prático e direto aos empresários mato-grossenses:“Todas as empresas precisam ter uma estratégia ESG clara e bem estruturada. Para aquelas que ainda não sabem por onde começar, o primeiro passo pode — e deve — ser dado a partir do cuidado com a saúde dos trabalhadores. Essa iniciativa gera benefícios concretos para o capital humano e pavimenta o caminho para práticas mais amplas de sustentabilidade e governança.”

Barros também destacou que empresas com políticas de ESG bem implementadas tendem a apresentar trabalhadores mais satisfeitos e engajados. “Empresas com bons indicadores ESG são aquelas onde os colaboradores demonstram maior satisfação com as condições de trabalho. Quanto mais elevado o score ESG, maior costuma ser o nível de bem-estar e motivação entre os funcionários”, afirmou.

Texto: Viviane Saggin