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Parque das Águas vira ponto de encontro para gerações do rock em Cuiabá

14/07/2025 - 09h51
sesi no parque rock
Luiz Fernando subiu ao palco acompanhado pela torcida
da namorada, Fernanda Pires, e das filhas dele.
Foto: Viviane Saggin

No último domingo (13), o Parque das Águas, em Cuiabá, se transformou em um verdadeiro reduto do rock. Em comemoração ao Dia Mundial do Rock, a edição especial do Sesi no Parque, realizada em parceria com a Centro América FM, reuniu fãs de várias gerações em uma noite gratuita, democrática e marcada por apresentações que mesclaram clássicos nacionais e internacionais.

O evento começou no fim da tarde e atravessou a noite, trazendo uma sequência de atrações que prenderam o público do início ao fim. Quem abriu a programação foi a banda Cão do Mato, liderada pelo vocalista Luiz Vieira. Com carisma e presença de palco, o grupo fez uma viagem sonora pelo rock brasileiro dos anos 1980 e 1990, com releituras de artistas como Lulu Santos e Legião Urbana. Além de Luiz Vieira (vocal e guitarra), o grupo é formado pelo administrador Willian Vieira (bateria) e o servidor público Dimitrius Lemes (contrabaixo).

Na sequência, o clima ganhou nova energia com o DJ Cleyton 7, que levou ao palco uma mistura ousada de riffs e beats. Com remixagens bem costuradas, ele percorreu décadas do rock mundial, promovendo uma verdadeira ponte entre o analógico e o digital — dos solos de guitarra ao groove eletrônico.

A programação também incluiu o concurso A Voz do Rock, promovido pela rádio ao longo da semana. Cinco fãs foram sorteados para subir ao palco e mostrar seu talento durante o evento. A plateia participou com entusiasmo e elegeu os vencedores: Isabel Benites conquistou o 1º lugar, seguida por Célia Moreno em 2º e Luiz Fernando Alencar em 3º. As participantes Cristiane Evangelista e Denise Selles também se apresentaram e foram aplaudidas pelo público. Todos os concorrentes receberam lembranças especiais como forma de reconhecimento pela participação.

sesi no parque rock
O casal de professores Josy Herculano e Hudson Silva foi
um dos primeiros a chegar ao evento. Fofo: Viviane Saggin

Luiz Fernando subiu ao palco acompanhado pela torcida da namorada, Fernanda Pires, representante comercial, e das filhas gêmeas dele, Maria Fernanda e Maria Alice, de 10 anos. Foi ela quem contou com orgulho que o namorado é roqueiro de longa data e já integrou bandas locais. “Na verdade, eu me tornei fã de rock por causa dele, que é roqueiro desde sempre”, revelou. A apresentação no evento foi resultado de um vídeo especial que ele gravou no próprio aniversário, interpretando Tempo Perdido, da Legião Urbana, e enviado à TV Centro América — sendo um dos sorteados. “A gente veio especialmente por isso”, afirmou Fernanda. “Ele ama rock, acompanha tudo. E como estamos no Dia Mundial do Rock, claro que viemos prestigiar.”

Após o momento dos fãs, a banda MP Rock fez a plateia cantar junto com interpretações cheias de personalidade de grandes clássicos, incluindo Elvis Presley e The Beatles. A entrega no palco e a conexão com a galera deram o tom de celebração que marcou esta edição do evento. Formada pelo vocalista e violonista Douglas Fernandes, Nelson Cunha (baixo), Rubens Lisboa (bateria) e Braythiner Guimarães (guitarra), a MP Rock conta com mais de 20 anos de trajetória e mais de 200 músicas em seu repertório. A programação foi encerrada pelo retorno do DJ Cleyton 7, garantindo o clima animado até o final.

Para muitos presentes, a noite foi mais do que entretenimento — foi memória afetiva e reencontro. “Eu cresci ouvindo rock com meu pai, e hoje trouxe minha filha. Tem algo de passagem de bastão nisso aqui. É emocionante ver diferentes gerações reunidas pela música”, contou Valéria Souza, servidora pública.

Além de reunir nomes da cena local, o evento também valorizou a ocupação de espaços públicos com arte e cultura. Douglas Fernandes, vocalista da MP Rock, destacou a importância desse tipo de iniciativa: “Tem algo muito verdadeiro em tocar ao ar livre, com gente de todas as idades junto. Isso é o que o rock sempre representou: acesso, rua, intensidade”, comentou, ainda animado após o show.

A estrutura do parque contribuiu para a experiência: áreas de descanso, espaço para crianças, circulação fluida entre palco e vias, além de sorteios organizados pela Centro América FM, que animaram o público entre as atrações.

sesi no parque
Flausina Monteiro foi a grande sortuda que levou para
casa a guitarra sorteada. Foto: Viviane Saggin

Fernando Pereira, gerente de Inovação Social e Cultura do Sesi MT, ressaltou o objetivo do projeto. “A cultura não precisa estar restrita a teatros ou salas fechadas. Levar arte a um espaço como o Parque das Águas, gratuitamente, é uma forma direta de democratizar o acesso e estimular o convívio coletivo.”

O local foi sendo preenchido a partir das 17h e, ao cair da noite, o que se viu foi um público diverso — camisetas pretas de bandas, crianças dançando ao som das guitarras, famílias estendendo cangas no gramado. Um ambiente de pertencimento e celebração. Um raro momento em que o rock deixou o nicho e voltou a ocupar com naturalidade o espaço urbano.

O casal de professores Josy Herculano e Hudson Silva foi um dos primeiros a chegar ao evento. Apaixonados por rock, fizeram questão de não perder nenhum momento da programação deste ano. “No ano passado chegamos mais tarde e perdemos parte do show. Este ano viemos cedíssimo”, contou Josy. Para eles, o evento é uma oportunidade valiosa de manter viva a história do rock. “A gente ama rock, pelas histórias que ele conta, pela diversão, pela qualidade de vida que representa. É algo que precisa continuar acontecendo”, completou Hudson. O paraense, que mora em Cuiabá há 24 anos, ainda revelou um sonho: “Quando me aposentar, vou aprender a tocar baixo. É uma promessa que fiz a mim mesmo.”

Uma guitarra na mão e um sonho

Flausina Monteiro foi a grande sortuda que levou para casa a guitarra sorteada durante o evento. Mesmo tendo convidado amigas que não quiseram ir, ela não se deixou abater. “Falei: ‘ah, eu vou assim mesmo!’”, contou, entre risos. Fã de rock, vibrou com o prêmio, mesmo sem tocar instrumentos — ainda. “Agora vou aprender, né?”, disse animada.

sesi no parque rock
Sesi no Parque especial Dia Mundial do Rock levou milhares
de pessoas ao Parque das Águas, no domingo (13).
Foto: Viviane Saggin

Inicialmente, ela pensou em dar a guitarra para o filho que toca vários instrumentos — baixo, violão, guitarra — tudo aprendido de forma autodidata. “Mas ele mora na Alemanha e fica difícil mandar pra lá. Então decidi ficar com ela. Quem sabe eu me arrisque a aprender também?”, comentou, celebrando o momento com entusiasmo e afirmando que a sorte sorri para quem acredita e aparece.

“Mais um ano em que estamos no Parque das Águas, no Dia Mundial do Rock, e é emocionante ver a energia do público. A Centro América tem uma conexão forte com os fãs de rock — tanto que criamos um programa exclusivo aos sábados, atendendo aos pedidos dos ouvintes. Trazer o rock para a praça é levar essa atitude e vibração para fora do dial. É bonito ver famílias inteiras reunidas, pais apresentando o estilo aos filhos. O rock atravessa gerações, e a rádio também. Nosso papel é manter essa chama acesa”, pontuou Ulisses Serotini, diretor de Programação, Entretenimento e Comunicação da Rede Matogrossense de Comunicação (RMC).

O Sesi no Parque terá novas edições ao longo do ano, com diferentes temáticas. Mas a deste domingo, dedicada ao rock, deixou marcas — e um eco de guitarras que, por algumas horas, fez a cidade vibrar de um jeito diferente. Como resumiu um dos participantes: foi mais do que um show — foi um encontro com a essência do rock.

Texto: Viviane Saggin

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